sexta-feira, 11 de abril de 2008

Permitam que vos apresente a dor...



POR FAVOR DESLIGUE O COTONETE



Permitam que vos apresente a dor
Que assola as entranhas sem
Dó nem piedade.
É faca afiada que corta,
Que abre ferida sem fundo
Onde no fundo não se deseja…
Nada a detém, dura carrasca que
Massacra com desdém,
não poupando nada nem ninguém…
Nada a demove,
nem o esgar que provoca…
Atinge o rico, o pobre, o remediado...
Está presente em todo o lado,
Em qualquer parte se assome, e sem
Que lhe peça entra devagar, como térmitas
Consumindo por dentro, lenta e continuadamente
Como se de madeira nos formássemos.
É implacável, devastadora, raiz de erva daninha
Que cobre sem remorsos o mais florido jardim
E o destrói com a frieza que a caracteriza…
É de formas diferentes a forma como se apresenta;
É de amor, raiva, indiferença, perda, desprezo,
Entre outras que por aí existem…
É mágoa, choro,
Grito aflito e peito desfeito,
é despeito, falta de respeito…
É lacinante, penetrante, asfixiante, tantas vezes mortal
E sempre, sempre detentora de um qualquer mal…
É dor maligna, pura na crueldade e na maldade,
É também a saudade, o desespero da perda, a ferida
Mal curada, uma vida maldita, sofrida,
Um mar de sal em torrentes largado
Que rompe sem piedade as margens da alma…
Permitam que vos apresente a dor
Que nos gela com seu ardor e nos rouba o sorrir!
Esta dor que não me permite continuar a minha vida normalmente...

Só queria desaparecer...
Fugir de tudo...
Tenho saudades tuas...

BBB
(Só para ti)

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